A pandemia do novo coronavírus mudou a forma como nos comunicamos, trabalhamos e nos mantemos atualizados dentro de nossas especialidades. Por isso, seguindo as orientações da OMS quanto ao isolamento social, bem como procurando garantir a atualização para nossos Associados com eficiência, optamos por realizar nossos eventos científicos do primeiro semestre de 2020 por meio de Lives pelo Facebook. Iniciamos esse novo modelo de comunicação em abril/2020, com o planejamento de mantê-lo enquanto durar as restrições de circulação impostas pela pandemia. Trazemos aqui para vocês os melhores momentos das lives realizadas.
01/04/2020 – Recomendações Gerais COVID-19 APMT – Dra Daniele Maciel
Iniciou ressaltando que as informações relacionadas ao COVID-19 são atualizadas periodicamente e, portanto, as recomendações apresentadas podem sofrer atualização. Destacou também que essas recomendações se aplicam ao Estado de São Paulo, pois os Estados estão em momentos epidemiológicos diferentes. Posteriormente, apresentou os critérios atualizados conforme as Sociedades de Especialidades do Brasil, bem como as orientações do Ministério da Saúde, OMS e CDC referente à população de trabalhadores enquadrados como grupo vulnerável. Depois explicou a conduta relacionada aos trabalhadores, sintomáticos e assintomáticos. Em linhas gerais, o período de quarentena recomendado pelo Ministério da Saúde é de 14 dias, sendo que o CDC e OMS permitem o retorno após sete dias pelo critério clínico. Por fim, destacou a importância da atuação do médico do trabalho como integrante da atenção à saúde pública, no intuito de reduzir a demanda pelos serviços de saúde e orientar a população de trabalhadores e seus familiares sobre o isolamento social.
08/04/2020 – Atuação em grande empresa frente ao COVID-19 – Dr Alexander Buarque e Dra Adriana Arias
Dr Alexander Buarque
Iniciou atualizando os dados epidemiológicos do COVID-19 no Brasil e em São Paulo. Ressaltou que o surgimento da pandemia pelo novo coronavírus modificou os riscos dos ambientes de trabalho, por isso há necessidade de rever as atividades de trabalho com intuito de definir as medidas de controle mais adequadas. Nesse contexto, as medidas protetivas são divididas em: medidas administrativas como distanciamento das mesas; medidas de engenharia como colocação de anteparo para atividades de atendimento ao público e ventilação dos ambientes; e equipamentos de proteção individual (EPI), como o uso de máscaras. Nesse ponto, destacou que as máscaras de tecido não são EPIs, porém são recomendadas como medida de saúde pública. Dessa maneira, a utilização das máscaras não deve criar uma falsa percepção de segurança, sendo as recomendações do médico do trabalho sempre baseado em evidências.
Dra Adriana Arias
Trouxe as boas práticas adotadas por uma empresa de grande porte, com filiais em vários estados do Brasil, na pandemia do novo coronavírus para empresas. Iniciou destacando a importância da formação de um comitê de crise, com envolvimento de membros da alta liderança com poder de decisão para definição de um plano de ação visando mitigação e reavaliação de processos internos críticos para a manutenção do funcionamento da empresa, considerando a necessidade de adequar as ações ao momento vivenciado por cada localidade. Ressaltou que para empresas atuantes, a participação do cliente é fundamental para a disseminação das boas práticas e para o conhecimento da infraestrutura de saúde de cada localidade na elaboração das ações. Nesse contexto, algumas ações se destacam como o acompanhamento de indicadores com relação o monitoramento clínico dos trabalhadores, medidas para evitar aglomerações como flexibilização de jornada e acesso ao refeitório, atenção ao transporte dos trabalhadores e realização de triagem de saúde diária nas frentes de serviço. Com relação à equipe de saúde ocupacional, destacou a importância do uso adequado dos EPIs, do treinamento e padronização de condutas, fluxograma de conduta para trabalhadores sintomáticos e apoio psicológico aos trabalhadores em home office.
15/04/2020 – Recomendações Profissionais de Saúde APMT e Emissão CAT frente ao COVID-19 – Dr Marcelo Pustiglione
Iniciou a live destacando que o conhecimento sobre o COVID-19 está sendo continuamente construído, sendo que atualizações serão agregadas pelas novas informações que forem surgindo. A pandemia pelo COVID evidenciou algumas situações limítrofes vivenciadas pelos serviços de saúde, como deficiência na capacitação e má remuneração dos trabalhadores, ausência de notificação de doenças ao SINAN, sucateamento e desaparelhamento do SUS e questões relacionadas à saúde mental como a Síndrome de Burnout. Com relação à pandemia pelo novo coronavírus, os trabalhadores dos serviços de saúde possuem maior risco de adoecer pelo COVID-19 uma vez há uma maior circulação do vírus em seu ambiente de trabalho. Nesse cenário, a falta de EPIs, bem como seu uso ou reuso inadequados, podem ser determinantes no desenvolvimento da doença. O que pode ser feito? Temos que fazer o que é certo. Isso envolve identificação e gestão do risco, através da adoção de medidas de prevenção, estratificar a exposição ocupacional, busca ativa dos trabalhadores de serviços de saúde incluídos no grupo de risco, instituição de um comitê de crise para desenvolvimento de um plano de acompanhamento da epidemia, criação de ambulatório específico para acolhimento dos trabalhadores de saúde constituído por equipe multidisciplinar envolvendo assistência e vigilância epidemiológica e a participação do SESMT nas ações de combate à epidemia, que nesse momento de crise, devem ser estendidas aos trabalhadores sem vínculos formais de trabalho, como os PJ e terceiros. Por fim, destacou a importância da emissão da CAT para os trabalhadores de serviços de saúde, sendo essa decisão pautada em critérios clínicos e epidemiológicos. Cabendo aos serviços de saúde adotar medidas preventivas como capacitação, medidas administrativas para reduzir exposição e aglomerações e fornecimento de EPIs. Ponderou que, como a governabilidade dos serviços de saúde não é exclusiva na vigência de uma pandemia, poderia ser pensado em desonerar esses estabelecimentos das repercussões fiscais (por exemplo, o FAP), em analogia àquilo que foi adotado para o acidente de trajeto.
Gostaríamos de convidar todos os Associados para nossas próximas lives programadas.
22/04: Atuação com telemedicina frente ao COVID-19 – Flávio Tocci
29/04: Atuação em empresa prestadora de serviços e Desafios das Prestadoras de Serviços e oportunidades – ABRESST – José Dias Carneiro e Ricardo Pacheco
Associado, gostaríamos de saber qual a sua sugestão para as próximas lives. Envie sua sugestão para o email: secretaria@apmtsp.org.br