Câncer de Pele Ocupacional

Câncer da Pele Ocupacional : o que devemos saber.

  

  1. Quais os tipos mais comuns de Câncer da Pele?
  2. Existem dois grandes grupos de tumores malignos da pele e os mais comuns são:
  • Câncer da Pele não Melanoma (CPNM) : carcinomas baso e espinocelular
  • Melanoma

 

  1. Esses tumores são frequentes no dia a dia?

Sim. No ano de 2018 foram estimados, pelo INCA, 165.580 casos novos de CPNM e 6.260 de melanomas no Brasil.

 

  1. Os canceres da pele podem ser considerados ocupacionais?

Sim, a causa mais comum está relacionada à exposição a radiação ultravioleta (R-UV) durante longos períodos. Como exemplo, podem ser citados trabalhadores rurais, mineiros, salva-vidas, agentes de saúde, carteiros, entregadores, pescadores, guias de montanhismo, professores de Ed. Física, trabalhadores de plataformas de petróleo, entre outros. No caso do melanoma há maior relação com exposições intermitentes e intensas com consequente queimaduras da pele.

 

  1. Existem outros fatores de risco além da atividade profissional ?

Para o CPNM , a pele clara é o fator de risco mais importante, associado a historia familiar da doença. No caso do melanoma , a presença de múltiplos nevos, historia familiar e queimaduras solares na infância e adolescência.

 

  1. Esses tumores podem aparecer durante a vida ativa desses profissionais?

Sim. Entretanto, os indivíduos mais afetados pelos CPNM são aqueles de faixas etárias mais avançadas dificultando o estabelecimento do nexo causal. Muitos dos indivíduos provavelmente não estarão mais exercendo suas atividades quando os tumores surgirem.

 

  1. Existem outras causas para o câncer da pele ocupacional além da exposição solar ?

Sim. O CPNM pode ter relação com exposição a agrotóxicos, principalmente herbicidas, radiações ionizantes (partículas beta, nêutrons), ondas eletromagnéticas (raios gama) e Raio X. Agentes químicos como o arsênico e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos presentes no coaltar e piches. Em relação ao melanoma há relatos da literatura com nexo causal à exposição ao Agente Laranja (mistura de herbicidas 2,4-D e 2,4,5-T), formaldeído, clorofluorcarbono (gás CFC) e agrotóxicos (herbicidas paraquat, arseniato de chumbo e organoclorados). Vide Portaria 1339/ GM de 18 de novembro de 1999.

 

  1. Qual o papel do Médico do Trabalho frente a essa realidade?

O papel é de extrema importância, pois atua nas medidas preventivas. Deve atuar adequando as atividades a exposição solar, promovendo palestras de orientação, cuidando para que elas sejam cumpridas em relação ao uso de proteção solar e vigilância frente ao contato com produtos químicos e físicos no ambiente de trabalho. Além disso, durante o exame periódico pode-se surpreender a presença de lesões suspeitas e encaminhá-lo para avaliação especializada.

 

  1. Quais são as medidas preventivas mais importantes em relação a exposição solar?

Existem três medidas básicas a serem tomadas: 1) contribuir para mudança de hábitos em relação a exposição solar , 2) criar condições e orientar o uso de roupas e apetrechos protetores (chapéus, óculos escuros, roupas com magas compridas) pelos trabalhadores , 3) orientar o uso regular e de maneira correta dos protetores solares, quando aplicável.

 

  1. O que pode ser feito em relação aos trabalhadores com pele clara que atuam em áreas expostas?

Esses indivíduos, além das medidas protetivas, devem ser examinados com maior frequência (pelo menos uma vez ao ano), pelo especialista, ou na falta deste, pelo médico assistente na busca de lesões dermatológicas. Deve-se ainda intensificar as medidas preventivas.

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