Entre os dias 15 e 18 de maio ocorreu, em Brasília, o 17º Congresso Nacional da ANAMT.
Esse congresso ocorre a cada três anos e, além de promover um ambiente de troca de experiências e aprendizado entre os médicos do trabalho, marca o final de cada gestão da ANAMT.
O tema chave do congresso foi: “Valores essenciais frente às transformações do trabalho: hoje e amanhã”, ponto central extremamente relevante no cenário político e econômico, diante da instabilidade política atual, sobretudo quanto às reformas legislativas que estão ocorrendo no nosso País, somado à implantação do E-Social.
A abertura do congresso, no dia 15, foi emocionante ao relembrar e homenagear nossa colega Dra. Marcelle, Médica do Trabalho e vítima da tragédia de Brumadinho durante seu exercício profissional.
E pensar que há 3 anos, no congresso, realizado em Foz do Iguaçu, discutíamos análises de acidentes ampliados devido a tragédia da Vale, mostrando que, apesar das inúmeras discussões, ainda há muito o que se melhorar na aplicação deste tema!
Dra. Marcia Bandini, presidente da ANAMT, aproveitou a abertura do congresso para realizar uma “prestação de contas” da sua gestão, apontando os avanços que foram feitos na especialidade e as oportunidades de melhoria e evolução para a próxima gestão.
A APMT, federada da ANAMT, se fez representar por meio de vários diretores.
É sempre um desafio realizar uma programação para um público tão diversificado como os Médicos do Trabalho, uma vez que, no mesmo congresso, há participação de médicos residentes, médicos que atuam no “chão de fábrica”, gestores, médicos de empresas tercerizadas e/ou próprios de empresas, de sindicatos, peritos, etc.
Nesse quesito a programação científica conseguiu abordar temas gerais que interessassem aos participantes. Entre eles, destaco algumas abordagens sobre inclusão e diversidade, violência no trabalho, e-social, envelhecimento populacional, impacto no trabalho, assédio moral no trabalho e gestão de conflitos.
Um tema que poderia ter uma abordagem mais ampla seria a saúde do médico, em especial do médico do trabalho (se não me falha a memória, apenas um seminário sobre o tema) uma vez que necessitamos nos enxergar também como trabalhadores e, infelizmente, como trabalhadores que também estão adoecendo.
O congresso homenageou vários Médicos do Trabalho, ao nomear as salas do evento com seus nomes e tomo a liberdade de listá-los aqui: Bernadino Ramazzini, Oswaldo Paulino, Antônio Pererira Cesarino Júnior, Pedro Elias Makaron, Antônio Mário Guimarães, Lys Esther Rocha, Luiz Carlos Morrone e Jesus Santos.
Durante todo o congresso, na Sala Lys Esther Rocha, ocorreram as ATUALIZAÇÕES CLÍNICAS PARA MÉDICOS DO TRABALHO, grande sucesso entre os participantes do evento ao mostrar abordagens práticas de semiologia e propedêutica médica, permitindo, como o próprio nome diz, que vários colegas se atualizassem sobre o tema.
Não poderia deixar de citar os vários encontros que ocorreram durante o congresso, como o encontro da ICOH (II ICOH AMREICA LATIN NACIONAL SECRETARIES MEETING) e o das Residências em Medicina do Trabalho.
Desta maneira, tivemos um congresso abrangente e inclusivo, com temas ao mesmo tempo básicos, mas que puderam ser abordados em profundidade.
Utilizando do símbolo do congresso esperamos que a Medicina do Trabalho avance com Profissionalismo e Ética.
Autor da news: Rafael Augusto Tamasauskas Torres
Diretor Científico Adjunto
APMT 2019