Na última reunião científica realizada em 16/10 na sede da APM “Previdência Social cessou o benefício: e agora quais as ações do médico do trabalho?” ficou evidente a as dificuldades que o médico do trabalho enfrenta para a reintegração de trabalhadores com longo tempo de afastamento que receberam altas do INSS.
Até agosto deste ano, 210.649 segurados tinham passado por perícia, destes 168.396 (80%) tiveram o benefício cessado. A projeção do INSS é que mais de 1 milhão de trabalhadores que estão sem passar por perícia há mais de dois anos serão convocados. O Quadro apresenta a quantidade e a localidade dos aposentados que serão revisados.
Na última reunião científica realizada em 16/10 na sede da APM “Previdência Social cessou o benefício: e agora quais as ações do médico do trabalho?” ficou evidente a as dificuldades que o médico do trabalho enfrenta para a reintegração de trabalhadores com longo tempo de afastamento que receberam altas do INSS.
Até agosto deste ano, 210.649 segurados tinham passado por perícia, destes 168.396 (80%) tiveram o benefício cessado. A projeção do INSS é que mais de 1 milhão de trabalhadores que estão sem passar por perícia há mais de dois anos serão convocados. O Quadro apresenta a quantidade e a localidade dos aposentados que serão revisados.
Na sequência da chamada operação pente fino, serão chamados os que recebem aposentadoria por invalidez, têm menos de 60 anos e que estejam há dois anos sem avaliação médica.
O número de médicos do trabalho que participaram da reunião (presencialmente ou à distância) e a quantidade e qualidade das perguntas demostraram a dificuldade que se apresenta ao profissional para dar resolutividades a estes retornos.
O trabalhador quando volta ao trabalho (após longo tempo de afastamento) encontra o posto de trabalho (quando ainda existe) ocupado por outro profissional. Os instrumentos e a organização do trabalho normalmente foram muito alteradas. A própria disposição e a recusa de retornar a exercer sua atividade anterior são obstáculos significativos para a reintegração do trabalhador (isto quando a judicialização não for a opção do mesmo). A falta de colaboração dos gestores e de colegas de trabalho são outros complicadores.
É esperado que o médico do trabalho seja o maestro das ações necessárias para reintegração do trabalhador à empresa. Temos que lembrar que o trabalho pode ser um espaço privilegiado para a promoção de saúde e prevenção de doenças e acidentes. Para implantação de reintegração torna-se necessário e obrigatório:
- Planejamento das ações a serem desenvolvidas;
- Participação efetiva da empresa (em todas suas hierarquias); e
- Equipe profissional multidisciplinar integrada.
Não é tarefa fácil.
Mas o que foi consenso (entre os brilhantes palestrantes convidados) foi que a reintegração do afastado é uma medida que só tem real efetividade quando o serviço de medicina do trabalho tem implantado um projeto de saúde, com foco nas ações preventivas, atuando na: promoção da saúde, identificação precoce dos adoecimentos e prevenção dos agravos.
Todo o material da reunião científica está disponível em nosso site.
Dr. Mário Bonciani