Setembro Amarelo

Setembro Amarelo

Quando algo não dá certo, há uma forte tendência para a desistência.
Largar tudo, imaginar que o fracasso vai se repetir .
Juntos buscamos as possibilidades que podem mudar esse cenário.

No contexto atual de pós-pandemia da Covid-19, no qual as pesquisas apontam dados preocupantes a respeito de adoecimento mental na população, o que podemos fazer como médicos do trabalho, conhecedores do processo saúde-doença, dos riscos psicossociais identificáveis no ambiente de trabalho, para promover saúde integral?
A campanha Setembro Amarelo, cuja temática é a prevenção ao suicídio, acontece no Brasil desde 2014, por iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e do Conselho Federal de Medicina e nos convida a refletir o cuidado com o outro e a atenção aos transtornos mentais, associados, segundo a ABP, a cerca de 96.8% dos casos de morte por suicídio.
O trabalho é um dos determinantes de saúde, podendo contribuir para o bem-estar ou para o sofrimento físico e/ou psíquico dos trabalhadores.
Tenho observado, com satisfação, médicos do trabalho ocupando espaços na alta gestão das organizações, nos debates a respeito de políticas de saúde e novos modelos de trabalho, agregando valor à nossa especialidade médica. Como gestor, o médico do trabalho deve trazer consciência ao seu processo de trabalho e de decisão, motivado por seus valores e missão, com foco no desenvolvimento de uma cultura de saúde que atue de maneira preventiva na saúde emocional dos trabalhadores.
O médico do trabalho desempenha uma função essencial nas ações para o setembro amarelo nas empresas, contribuindo para a conscientização, prevenção e promoção da saúde mental dos trabalhadores, incentivando as pessoas a perceberem e acolherem o sofrimento do outro. Não à toa, a empatia e escuta ativa fazem parte das principais habilidades exigidas na atualidade.
Os novos modelos de trabalho, o avanço tecnológico, o trabalho em home-office, são fatores transformadores do mundo do trabalho, muitas vezes relacionados ao aumento de produtividade, mas podem promover o distanciamento interpessoal.
Como dizia Khalil Gibran, “as grandes dores são mudas”. Temos que nos treinar e treinar o outro a não perder a “soft skill” de olhar no olho, de reconhecer os sinais nem sempre verbalizados.
E nunca diga que a vitória está perdida.
A vida vale a pena.

 

Catarina Bezerra de Oliveira Guimarães

Graduada em Medicina, pós-graduada em Medicina do Trabalho, Ergonomia e Toxicologia, com Título de Especialista pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho-ANAMT. Em 30 anos de atuação na Medicina, versada em atendimento humanizado e em estratégias para a promoção da saúde e qualidade de vida, atuou como Coordenadora do Programa Municipal de Tabagismo na Prefeitura de Sumaré, foi voluntária na Rede de Municípios Potencialmente Saudáveis em ações de promoção da saúde e de Ambientes Livres do tabaco. Atualmente é médica do trabalho coordenadora na Funcamp e no Grupo LSL.

 

Catarina Bezerra de Oliveira GuimarãesRede Social LinkedIn: http://linkedin.com/in/catarina-oliveira-guimarães-87374642

2 comentários

  1. Parabéns pela excelente reflexão minha querida amiga e colega de profissão !!! Um olhar diferenciado para o próximo faz toda a diferença, cuidar é preciso !!!

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