Aumento do uso de drogas e impactos à saúde destacados no Relatório Mundial sobre Drogas 2022 do UNODC
O Relatório Mundial sobre Drogas 2022 do UNODC revela que a legalização da cannabis em algumas partes do mundo está associada a um aumento no uso e nos impactos à saúde. O documento destaca também o crescimento recorde na produção de cocaína, a expansão das drogas sintéticas para novos mercados e a falta de tratamentos adequados para os usuários de drogas, especialmente mulheres.
Entre 2010 e 2020, houve um aumento de 26% no uso de drogas, com os jovens usando mais drogas em muitos países. Na África e na América Latina, a maioria das pessoas em tratamento por transtornos relacionados ao uso de drogas é composta por jovens menores de 35 anos.
Globalmente, estima-se que, em 2020, 11,2 milhões de pessoas estavam injetando drogas, sendo que metade delas vivia com hepatite C e um milhão vivia com HIV. O relatório destaca a necessidade de alocar recursos e atenção para enfrentar todas as dimensões do problema das drogas, incluindo o fornecimento de cuidados baseados em evidências e a ampliação do conhecimento sobre a relação entre drogas ilícitas e outros desafios urgentes, como conflitos e degradação ambiental.
A legalização da cannabis na América do Norte resultou em um aumento no uso diário, especialmente de produtos mais potentes, e também foi associada a um aumento nos distúrbios psiquiátricos, suicídios e hospitalizações. A produção de cocaína atingiu um recorde em 2020, com quase 2.000 toneladas produzidas, e o tráfico de metanfetaminas continua se expandindo globalmente.
O relatório enfatiza ainda o impacto ambiental do mercado de drogas ilícitas, incluindo emissões de carbono, desmatamento e resíduos gerados durante a fabricação. Além disso, destaca as disparidades de gênero no consumo de drogas e na disponibilidade de tratamento, com as mulheres apresentando taxas de consumo e progressão em transtornos relacionados ao uso de drogas mais rápidas do que os homens.
Em conclusão, o relatório aponta à adoção de medidas urgentes para proteger as pessoas, fortalecer a prevenção ao uso de drogas e ampliar o acesso ao tratamento, mobilizando a comunidade internacional, governos e sociedade civil. Também ressalta a necessidade de abordar de forma abrangente as conexões entre economias de drogas ilícitas e conflitos.
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