Muito se fala sobre o câncer de próstata, o cuidado e prevenção desta doença que afeta os homens, causa mortes e que pode ser facilmente combatida através do exame preventivo anual a partir dos 50 anos. Pouco se sabe – e pouco se discute – a respeito da andropausa, uma doença que afeta bastante os homens a partir dos 50 anos e que reduz a qualidade de vida, interferindo em suas relações íntimas, de trabalho e interpessoais.
A andropausa se resume na redução de produção de testosterona, hormônio intimamente relacionado à masculinidade e aos interesses masculinos como a libido. Outros sintomas comuns no homem com andropausa são: Flacidez da pele, sintomas cognitivos, depressivos, irritabilidade, ganho de gordura, perda de músculo, redução do rendimento no trabalho, redução de resistência, fraqueza muscular, fadiga e baixa energia, disfunção erétil, baixa qualidade do sono, redução das ereções noturnas. Clinicamente pode evoluir com osteoporose e hiperglicemia.
O diagnóstico não é complicado, basta possuir alguns dos sintomas citados e valor sérico da testosterona total baixo (esse valor varia em diversas sociedades, mas ao considerar um consenso da Sociedade Brasileira de Urologia e da American Urological Association, seria 300 mg/dL). Alguns homens, mesmo sendo assintomáticos, possuem indicação de dosagem de testosterona total quando associada a outras doenças a exemplo da síndrome metabólica, obesidade, HIV, diabetes, histórico de quimioterapia e anemia.
A reposição hormonal não é simples e isenta de prejuízos, por isso deve ser realizada após avaliação minuciosa de seu médico de confiança, urologista ou endocrinologista. Antes, deve ser afastada a possibilidade de câncer de próstata, pacientes com desejo de engravidar e avaliação de risco cardiovascular. A preocupação do câncer de próstata e a reposição remonta há décadas, após correlacionarmos a testosterona como combustível do tumor. Essa relação, mesmo intima, ainda gera controversas pois a testosterona a níveis normalizados possui, inclusive, efeito protetor cardiovascular e ao risco do aparecimento de câncer de próstata.
De qualquer forma, se faz necessário acompanhamento próximo e o diagnóstico correto. A terapia de reposição hormonal (TRH) normalmente segue por toda a vida, interrompendo ocasionalmente por questões de controle temporário ou alterações hematológicas, com aumento do hematócrito (até certo ponto) e resolução das queixas do paciente, sendo avaliado a cada 3 meses.
Dr Bruno Garcia Dias. CRM SP 178921. Formado em Medicina pela Universidade Federal de Sergipe, Residência Médica em Cirurgia Geral pela Fundação de Beneficência Hospital de Cirurgia e Urologia pelo Hospital do Servidor Publico Municipal de São Paulo. Pós graduação em Cirurgia Robótica e Observership in Robotic Surgery University of Southern California (USA).