Dia Mundial da Hipertensão

Dia Mundial da Hipertensão

 

A hipertensão arterial (HA), ou pressão alta, é uma doença crônica não transmissível (DCNT), definida por níveis pressóricos elevados, ou seja, pressão arterial (PA) sistólica maior ou igual a 140 mmHg e/ou pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg.

 

Trata-se de uma condição multifatorial, que depende de fatores genéticos, ambientais e sociais. Por se tratar de uma condição frequentemente assintomática, a hipertensão muitas vezes não é tratada no início e costuma evoluir com alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-alvo, como coração, cérebro e rins. 

 

Desse modo, é importante que os fatores de risco para hipertensão sejam conhecidos pela população. Alguns deles são passíveis de serem modificados. Em exames ocupacionais, o médico do trabalho pode orientar modificações no estilo de vida que favoreçam o equilíbrio dos níveis de pressão.

 

A seguir, conheça os principais fatores de risco para hipertensão. 

 

Entre os fatores de risco para hipertensão arterial, a obesidade merece destaque especial, pois é responsável por 20% a 30% dos casos. Setenta e cinco por cento dos homens e 65% das mulheres apresentam hipertensão diretamente atribuível a sobrepeso e obesidade.

 

Também o sedentarismo é um importante fator de risco. A prática regular de atividades físicas pode ajudar no tratamento para hipertensão, associado à medicação, podendo inclusive possibilitar a suspensão do medicamento. Os exercícios devem ser de intensidade moderada, de três a seis vezes por semana, em sessões de 30 a 60 minutos de duração.

 

A ingestão de álcool em doses elevadas e alta frequência está associada à prevalência de hipertensão.

A hereditariedade é considerada um fator de risco importante porque não temos o controle. É essencial ficar atento se há familiares próximos (pai, mãe ou irmãos) que desenvolveram a doença antes dos 55 anos de idade. Se um dos pais tem hipertensão, os filhos têm 25% de risco de desenvolvimento da doença ao longo da vida. E ambos os genitores têm hipertensão, os filhos têm 60% de risco de desenvolver a doença ao longo da vida.

 

Nas famílias em que a doença é muito presente, a pressão alta pode se manifestar cedo, na faixa dos 35 anos. Porém, de modo geral, a hipertensão é mais frequente em pessoas acima dos 60 anos, em ambos os sexos.

 

Entretanto, as mulheres são mais frequentemente diagnosticadas, uma vez que, culturalmente, buscam mais os serviços de saúde, em comparação aos homens. 

 

Deve-se considerar a transição epidemiológica que o Brasil vem sofrendo, com um número ainda maior de idosos (≥ 60 anos) nas próximas décadas, o que acarretará um incremento substancial da prevalência de hipertensão e de suas complicações.

 

A etnia negra é um forte fator predisponente à hipertensão, deixando as pessoas afrodescendentes expostas ao desenvolvimento de um quadro mais severo, como também a um maior risco de ataque cardíaco e morte súbita quando comparadas às pessoas de etnia branca.

 

Com ou sem predisposição à hipertensão arterial, todo mundo pode se prevenir com ações simples. Siga os cuidados abaixo: 

 

  1. Manter o peso adequado;

 

  1. Não abusar do sal (utilize outros temperos que ressaltam o sabor dos alimentos); Não abusar de sódio (alimentos industrializados)

 

  1. Evitar alimentos gordurosos;

 

  1. Praticar atividade física regularmente;

 

  1. Aproveitar momentos de lazer;

 

  1. Não fumar;

 

  1. Moderar o consumo de álcool;

 

  1. Controlar o diabetes;

 

  1. Medir a pressão arterial com regularidade (pessoas com casos na família ao menos duas vezes por ano);

 

  1. Evitar o estresse, o qual é um dos fatores contributivos mais fortes no estilo de vida.

 

Ressaltar que o médico do trabalho é o profissional ideal para detectar essas questões de saúde ao solicitar os exames médicos nos periódicos. 

 

Além de podermos evitar problemas escolhendo hábitos saudáveis, também é possível monitorar a hipertensão, que não tem cura, mas pode se manter sob controle. 

 

Pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o paciente é diagnosticado e recebe um método de tratamento. Geralmente, são indicados medicamentos, que são distribuídos nas Unidades Básicas de Saúde ou pela Farmácia Popular, mediante receita médica. Dos 10 milhões de usuários do Farmácia Popular, por exemplo, 7,2 milhões recebem fármacos para o tratamento da hipertensão arterial.

 

Desenvolvida pelo Ministério da Saúde, a Plataforma Saúde Brasil ajuda qualquer pessoa que queira parar de fumar, perder peso e se alimentar melhor – três dos principais passos para ficar longe da pressão alta.

Nas empresas, o médico do trabalho pode fazer as atividades de acompanhamento para hipertensão. Programas de Prevenção incluem avaliação dos níveis depressão, acompanhamento do uso de medicações hipertensivas, avaliação de rotina a cada três meses, sessões com nutricionista e a saúde mental, a qual é muito relevante nas empresas.

 

O uso correto da medicação é de extrema importância, para que sejam evitados desfechos negativos, como acidente vascular encefálico ou infarto. Lembrando que a pessoa faz o transporte de carro, ônibus, metro e trem. Há possibilidade de a pressão aumentar devido a ansiedade nesse trajeto. Possibilidade de ficar internado devido as doenças crônicas devido o acometimento de outros órgãos.

 

Enfim, o médico do trabalho tem a função de orientar e fazer o acolhimento de rotina. Caso o paciente não queira fazer o acompanhamento com o cardiologista, o médico do trabalho pode pedir os exames, verificar resultados e encaminhar para os especialistas de rotina.

 

Dra. Julianne Cristine Ferreira 

Médica do Trabalho. Pós Graduação na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. MBA de Programação da Saúde e Qualidade de vida na ABQV – Hospital São Camilo. Pós Graduação em Psiquiatria na Cenbrap.

 

 

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